Historicamente os homens sempre guerrearam pelo poder,
seja ele político, econômico ou religioso. Qualquer que seja o motivo ou nome,
uma guerra sempre é devastadoramente cruel, os exemplos são inúmeros.
De todas as guerras que já ocorreram, as chamadas
Guerras Santas são as mais incompreensíveis e cruéis. Como alguém, que diz ter
uma religião, que acredita em um Deus – seja ele qual for – pode ser capaz de
ousar achar-se tão superior a outros que não compartilham de sua fé, ao ponto
de pegar em armas para destruir seu “inimigo”?
Primeiro ponto: a religião deveria ser
independentemente de sua vertente, uma forma de unir os seres humanos ao
divino. Por divino entendo que são forças superiores ao plano terreno,
superiores e melhores. O que não significa que uma religião seja superior ou
melhor que outra.
Segundo ponto: quem acredita em um Deus – e repito,
seja ele qual for – deveria aprender os princípios básicos do amor, da caridade
e da fraternidade, mas acima de tudo o da humildade. O meu Deus não me faz
melhor do que ninguém, portanto, não posso apontar a ninguém afirmando que sou
sua salvação e se não for aceita com minha fé, não posso sair por aí atacando
insandecidamente pessoas e seus templos.
O que pode haver de santo em uma guerra? Há mortes,
torturas, fome e acima de tudo muita dor para todos envolvidos. Ao fim da
guerra, em meio a tanto horror e destruição, quem poderá se sentir vencedor?
Que Deus poderá se sentir honrado e engrandecido em cima da carnificina
ocorrida?
Que tipo de fé pode promover tamanha atrocidade? Será
mesmo fé ou haverá interesses estranhos sob a falácia da religião? Pensemos um
pouco, quem está por trás das incitações à guerra santa? A quem interessa
perseguir e atacar grupos diferentes do seu? Quem lucra com isso?
Afinal, quem realmente tem a intenção de “salvar
almas” não sai por aí instigando a violência. Por fim, mas não encerrando em
definitivo essa discussão, quem levanta a espada e fere seu semelhante tem a
tão alardeada salvação?