Em 11 de março de 1933, nascia no Rio de janeiro Léa
Lucas Garcia de Aguiar, filha única de uma costureira e um bombeiro hidráulico,
viveu uma vida tranqüila até os 11 anos de idade, quando prematuramente perdeu
sua mãe e passou a viver com sua avó, que era governanta de uma família rica do
Rio de janeiro.
Ainda jovem, conheceu um dos fundadores do Teatro
Experimental do Negro, Abdias do Nascimento, com quem passou a viver após a
proibição de sua família para que ela ingressasse na vida artística.
Apesar de difícil, foi uma decisão acertada, Léa
Garcia foi uma das protagonistas do filme Orfeu Negro e fez um enorme sucesso,
ganhou o Urso de Prata – 2° lugar como melhor atriz. Participou de várias
novelas, filmes e peças de teatro e sempre foi uma ativista do movimento negro
brasileiro.
Infelizmente, como em vários outros casos, seu talento
não foi devidamente valorizado. Léa foi uma pioneira entre as atrizes negras
brasileiras, ela junto a nomes como Ruth de Souza, Chica Xavier e Zezé Mota
abriram os caminhos para que hoje, atrizes como Taís Araújo e Cris Vianna
tenham maiores oportunidades em seu ofício.
Léa foi uma das personagens do livro Damas Negras, de
Sandra Almada. Por conta deste livro, alunos do Guilford College dos Estados
Unidos a escolheram como uma das dez mulheres que contribuíram pela luta dos
direitos humanos e civis em todo mundo durante o século XX. Essa homenagem
passou quase que despercebida pela mídia. Assim, como hoje está a imagem dessa
atriz e mulher de personalidade forte e marcante.
No Brasil, temos a tendência de esquecer nossos
valores culturais dando sempre preferência aos novos e instantâneos que surgem
ou aos estrangeiros. Léa Garcia não é um caso isolado, mesmo ainda estando na
ativa aos 79 anos atuando e militando pela causa do negro brasileiro. Ainda
ontem, assisti um documentário sobre Bidú Sayão, quem se lembra dela? Em um
próximo artigo a relembraremos e a outras personalidades injustamente
esquecidas.
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