terça-feira, 27 de março de 2012

Oriki Obaluayê






Obaluayê - Com Tradução a Cada Linha 
Orìsà Jìngbìnì 
Orixá forte 
Abàtà, Arú Bí Ewè Ajó 
Abatá que floresce exuberante como as folhas da árvore ajó 
Orisá Tí Nmú Omo Mú Ìyá 
Orixá que pune a mãe juntamente com o filho 
Bí Obaluayê Bá Mú Won Tún 
Depois que Obaluaê acabar de castigá-los 
O Tún Lè Sáré Lo Bábá 
Ainda poderá castigar o pai 
Orìsà Bí Àjé 
Orixá semelhante a uma feiticeira 
Obaluayê mo Ilé Osó, Ó Mo Ilé Àjé 
Obaluaê conhece tanto a casa do feiticeiro como a da bruxa 
O Gbá Osó L'Ójú, 
Desafiou o feiticeiro 
Osó Kún Fínrínfínrín 
E este correu desesperado 
O Pa Àjé Ku Ìkan Soso 
Matou todas as bruxas permitindo que apenas uma vivesse 
Orìsà Jìngbìnì 
Orixá forte 
Obaluayê A Mú Ni Toùn Toùn 
Obaluaê, que faz as pessoas perderem a voz 
Obaluayê SSí Odù Re Hàn Mí 
Obaluaê, abra seu odu para mim 
Kí Ndi Olówó 
Para que eu seja uma pessoa próspera 
Kí Ndi Olomo 
Para que eu seja uma pessoa fértil. 

sábado, 17 de março de 2012

Oríkì à Osàlà






 Oríkì à Osàlà
Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase 
oba patapata n'ille iranje. 
O yo kelekele o ta mi l'ore. 
O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo.
 Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. 
O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo. 
Tradução 
Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. 

Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. 
Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. 
Dê-me o poder de manifestar a abundância. 
Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, 
dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. 
Eu me faço como as Roupas Brancas.
Protetor das roupas brancas eu o saúdo. 

Pai do Bosque Sagrado.
Oríkì à Osàlà
Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, 

a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán,
 Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru.
 Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. 
Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun.
 Àyànmó Kò Gbó Oògùn. 
Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá.

 Àdáyébá Ni Àdáyé Se. 
Tradução 
Que o Grande Òrìsà,

 Senhor da sola dos pés,
 guie-nos aos benefícios da riqueza!
 Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite.
 Nela não há frio, e também não há calor. 
Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. 
E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. 
Que o destino não nos faça usar remédios. 
Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, 
para encontrar coisas boas na Terra. 
Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra. 

sexta-feira, 16 de março de 2012

ORIKIS

Os ORIKIS servem para mencionarmos os Orixás evidenciando quem foram eles,suas qualidades, e grandezas,  seus feitos!






Osumare 
Osumare A Gbe Orun Li Apa Ira
Osumare permanece no Céu que ele atravessa com o braço
Ile Libi Jin Ojo
Ele faz a chuva cair na terra.
O Pon Iyun Pon Nana
Ele busca os corais, ele busca as contas nana
O Fi Oro Kan Idawo Luku Wo
Com uma palavra ele examina Luku
O Se Li Oju Oba Ne
Ele faz isso perante seu rei
Oluwo Li Awa Rese Mesi Eko Ajaya
Chefe a quem adoramos
Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki
O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida
A Pupo Bi Orun
Ele é vasto como o céu
Olobi Awa Je Kan Yo
Senhor do Obi, basta a gente comer um deles para ficar satisfeito
O De Igbo Kùn Bi Ojo
Ele chega à floresta e faz barulho como se fosse a chuva
Okó Ijoku Igbo Elu Ko Li Égùn
Esposo de Ijo, a mata de anil não tem espinhos
Okó Ijoku Dudu Oju E A Fi Wo Ran
Esposo de Ijoku, que observa as coisas com seus olhos negro.
Fonte: http://www.orixas.com.br

sexta-feira, 9 de março de 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

Aum-Ban-Dan (Umbanda)



Zélio Fernandino de Moraes

ao compilarmos o texto abaixo mostramos nossa grande alegria em 
concordarmos com cada palavra nele descrita, suas fontes bibliográficas, são ricas de informações verdadeiras, as quais temos orgulho de dividir com nossos leitores assim felicitamos e parabenizamos o Sr Beraldo Fiqueiredo pela brilhante temática abordada.

ASS: Reinaldo Leão


 Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.

Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".

No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.

O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou:

"- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?"
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
"- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?"

Ele responde:
"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

O vidente ainda pergunta:
"- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?"
Novamente ele responde:
"-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."
Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.

No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:

"-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".

Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.

O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:
"- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."
Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão.

O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá",

Após insistência dos presentes fala:
"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados.
A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo.

As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.
Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.

Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.

O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.

A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.
Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.
Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.

FALECIMENTO:
Faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.

sábado, 3 de março de 2012

DOCUMENTOS HISTÓRICOS DA UMBANDA


Gravação feita em casa da senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ), no dia 16 de novembro de 1972, última vez que o Caboclo da Sete Encruzilhadas incorporava no médium Zélio Fernandino de Moraes (Fundador da Umbanda)
“Meus queridos irmãos, neste momento, vindo do espaço, permitam que, neste estudo, amenizar sofrimentos dos que estão na Terra, encarcerados em seus corpos.
Estou satisfeito porque tem gente que é feliz, porque todos vocês vem me ajudando na obra que tomei a missão, no espaço, de implantar a Umbanda de humildade, amor, e caridade.

Aproveitei um jovem moço em meio daqueles senhores, velhos kardecistas.
Tomei a missão e vejo, neste instante, grandes representações. Não estão todas porque neste Brasil a fora criei Tendas de Umbanda construtivas, sadias, com moral e dando de graça o que de graça se recebe.
Do sul do país aos estados do norte, ouviam a minha palavra, desenvolviam médiuns e fui criando tendas de grandes médiuns, encontrei grandes médiuns, pude fazê-los, incorporei bem, trabalhei na caridade, tomando a direção de uma tenda, e assim foram se criando Tendas.
Meus irmãos, me satisfaz estar entre vocês porque naquele dia 15 de novembro, na federação kardecista, eu anunciei a Tenda de Nossa Senhora da Piedade, do modo que a mãe tinha piedade de seu filho, que tivesse piedade desta humanidade.
Grandes coisas feitas na Tenda, grandes coisas eu pude fazer para aqueles que estavam com certeza, crentes que a Tenda não tinha vida para que no dia 2 (dois) eu anunciasse a eles, não, a Umbanda, Deus comigo, Deus conosco, do nosso lado, será a religião deste fim de século.
Meus irmãos, eu disse, vou levar daqui uma semente, vou plantar nas neves e aquela árvore ficará frondosa para dar a sombra para todos os seus filhos, a todos aqueles que precisarem de uma sombra amena, os que dizem sentirem o queimar do sol de crimes, de vícios, de paixões que se criavam, que existiam, como existem ainda hoje no meio da humanidade.
A Tenda da Piedade foi criada e progrediu, faz hoje 64 anos da primeira comunicação aos meus irmãos.
Aqueles coronéis que me cercavam, estavam admirados de um menino fazer e dizer aquilo que eu dizia, aquilo que eu pregava e anunciava.
Pois bem, está formada a nossa Umbanda, com grande sacrifício, porque é preciso curar, é preciso levar aos médiuns, aqueles que se julgavam deserdados da sorte, a misericórdia de Deus, o conforto, para eles compreenderem que a palavra do espírito é a continuação nossa, que fazia a harmonia dos lares e curava os enfermos.
Chamei Pai João, fui buscar Orixá Malê, para comigo trabalharem e criarem Tendas. Encontrei muitos descrentes. Aqui está o representante da Tenda São Jorge, talvez vocês não saibam como Severino, um grande médium que foi, como este médium se desenvolveu. Era descrente, Leal de Souza mãe de Geraldo Rocha foi pedir ao Orixá Malê para fazer um trabalho com pássaros na beira do rio Macau. Severino, que não acreditava nem em Deus, também foi. Meus irmãos, a vista de todos aqueles que nos cercavam, todos que estavam assistindo a sessão, alguns já estão mortos, não podem dar aqui sua palavra, mas eu estou dizendo que tem aqui quem falta.
Era um dia de sol, algumas nuvens corriam no espaço, Orixá Malé disse, vamos mandar aqueles pombos pro outro lado do rio para que eles não se molhem, para voltar e continuar o nosso trabalho, Severino ria, não demorou poucos minutos e a chuva caiu molhando a todos nós que estávamos ali no rio, passada a chuva, Orixá Malê fez com eles voltassem e cruzassem o céu. Severino duvidava, como ele não acreditava em Deus, o Orixá Malé que era mais… pegou uma pedra redonda na margem do rio e deu com a pedra na testa de Severino e ele caiu dentro do rio, e Severino já saiu do rio incorporado com a entidade que ele trabalha até hoje.
Vêem vocês que a luta foi grande para formar estas Tendas, tudo se faz, mas hoje estou satisfeito porque sinto no coração de vocês que os vossos corações estão unidos ao meu espírito para ir aos pés de Jesus pedir perdão, para que possamos ser seus alunos. Que seus inimigos recebam de seus corações um perdão e, também, para aqueles que podem desejar o mal.
Acredito que o manto de Nossa Senhora, virá ao agasalho de todos vocês na Umbanda do humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Sempre fui pequenino e pequenino continuo, sou o mais humilde dos espíritos que baixa ao planeta, tenho dito, tenho escrito e continuo a ser satisfeito pela umbanda, todo dia, de estado a estado, a umbanda hoje é grande, porque em São Paulo que se criou 20 Tendas, em Santos, em Minas Gerais, na capital da República e no Rio, nossa umbanda continua progredindo, como aquela que eu desejo, como aquela que é preciso encontrar, nesta casa, quando aqui estou trazendo ao coração daqueles que dirigem, que é a humildade, o amor que pratica a caridade.
E venho encontrando e dando força aos dirigentes destas Tendas, e aos médiuns, para que esta Tenda possa sempre ser grande e ser o espelho das outras Tendas, porque meus irmãos, infelizmente, o nosso irmão Floriano que está ao meu lado sabe perfeitamente disto, só desejava encontrar de branco, com roupas de pouco custo, nada de seda, nada de cores que pudessem ficar triste ou conter a mortalha na vestimenta. A Umbanda de humildade, amor e caridade, é esta que se pratica em nossa Tenda, Tenda de Nossa Senhora da Piedade.
Meus irmãos, as outras Tendas nepotistas, podem fazer aquilo que bem desejarem, poderão fazer o que quiserem, mas eu posso garantir uma coisa, o meu aparelho nunca aceitou a vil moeda em troca de uma cura ou de um feito, porque a vil moeda só serve para atrapalhar o homem ou a mulher médium. E vocês sabem perfeitamente que existem Tendas que aceitam. Nós temos uma choupana no mato, do Velho Pai João, naquela época diversos cheque por cura foram dirigidos ao meu aparelho e eu dizia não pegue, e ele devolvia.
Por isso meus irmãos, que vocês possam fazer a caridade, possam receber de Deus sua misericórdia e que todo médium tome fazer o bem, curar com suas mãos, com sua reza, andando numa linha reta, numa consciência pura e limpa, e não reverter a vil moeda, enfim, olhar para o seu semelhante como se fosse um verdadeiro irmão, com este amor de irmão para irmão.
Como o menor espírito que baixa sobre a terra, eu saúdo a falange de caboclos que me cercam, que me cercaram quando iniciei. Temos aqui diversos caboclos, de Ogum, de Xangô, que estão nas 7 linhas, mas deve dizer que o Caboclo das 7 encruzilhadas, que é o meu espírito, pertence à falange de Oxosse, meu Pai. que Oxosse possa tomar conta de vocês, que Oxosse abençoe vocês neste momento, este pequenino espírito deseja a todos presentes proteção, os corpos todos cheios de fluidos benéficos para amenizar os males, eu quero que tenha neste momento a proteção da falange de Oxossi e as outras linhas que aqui estão presentes, para levar harmonia aos vossos lares, harmonia aos vossos corações, talvez possam gozar a vida conforme o Pai vem falando a seus filhos, dentro daquela humildade, dentro do amor de irmão para irmão e praticando a caridade.
Lembre-se, que seja descende o menor espírito entre todos, humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas. Ressalvo homenagem a Tupinambá e a outros espíritos, 7 Flechas, Caboclo Roxo, enfim a quantidade de espíritos de Oxossi, de Ogum, de Xangô que estão presentes. Eu solicito a vocês todos que estão na matéria, para que estes espíritos comigo possam carregar o que há de ruim invadindo, sacudindo as vossas casas de alguma coisa que possa estar por lá, para que vocês tenham dias melhores, para que os filhos tenham mais saúde e paz para praticar a verdadeira Umbanda de humildade.
Que a paz neste momento baixe e que se ergam para todos os passos da luz e repasse para todos vocês debaixo do manto de Nossa Senhora da Piedade.
- Tá tudo bonito, tá tudo belo e formoso não é isto?
- Ô Floriano, como é que você vai, você está bom meu filho?
- Sua bênção, eu estou bem meu senhor, talvez melhor do que aquilo que eu mereça.
- Não deixa de levar umas pedradinhas não é meu filho?
- Muito contente de estar aqui comungando com esta vibração sublime, com este trabalho maravilhoso que vocês da espiritualidade trazem até esta terra para ajudarem também a carregar esta cruz.
- É preciso todo mundo compreender que deste mundo nada se leva, só as boas ações.
- Infelizmente, nós, espíritos encarnados ainda somos imbuídos de muito egoísmo e muita animalidade, por isso queremos sempre a posse de tudo, desde as coisas mais insignificantes, até as coisas realmente mais valorosas, esquecendo-nos que realmente nada que temos que cultivar, isto que o senhor ensina, misericórdia, amor paz compreensão, piedade como é também o nome deste símbolo maravilhoso de Nossa Senhora, que o Senhor, Caboclo das 7 Encruzilhadas escolheu para batizar o templo de caridade que forma naturalmente uma plêiade de templos, que vieram a seu tempo por indicação do Astral superior enriquecer a terra de Santa Cruz, para trazer auxílio a esta comunidade, o conhecimento da coisas espirituais e ajudar por outro lado ao mais pobres e mais humildes a carregarem as suas cruzes com mais entusiasmo, com mais força, para que assim a Umbanda e o seu Caboclo das 7 Encruzilhadas, viessem inaugurar no Rio de Janeiro e se expandir.
Por isto nós estamos aqui comungando com os 64 anos desta vida laboriosa, desta vida intensa e de muita renúncia para o seu aparelho, que é naturalmente o espelho no qual todos nós, filhos ou não da Umbanda, que queremos progredir, devemos nos espelhar, porque, em realidade, se não houver renúncia de nossa parte não podemos concluir nada de bom. Além do mais a mediunidade, o intercâmbio entre o mundo espiritual e o material, reserva para cada um
Segundo nos ensinam, espíritos de Caboclos e Pretos Velhos, o trabalho de médium corresponde exatamente a uma tarefa nobilitante e que ele aceitou, com maiores possibilidades ele poderá alcançar o caminho da glória e regenerando-se poderá descontar as faltas, as falhas, e porque não dizer também, os crimes de encarnações passadas.
- Assim foi feita a nossa Umbanda no Brasil. Passaram-se os anos e tudo aquilo que eu disse, apelando para quem está presente, de muitos anos que me acompanha, falando, pedindo e fazendo exemplos de Jesus aqui na Terra, quando ia da Palestina para a Galiléia, foram ao seu encalço pedir harmonia para sua casa; a resposta foi esta: “- Você feche os olhos para a casa de seus vizinhos, feche a boca para não se virar contra quem quer que seja, não julgue para não ser julgado, pense em Deus que a paz encontrará em sua casa. ”
Faça do evangelho … ? … e tomando por ensinamento as minhas palavras a nossa Tenda começou a seguir o seu ritmo, aquele que eu desejava.
A religião, seja ela qual for, desde que tenha por base acreditar em Deus, acredito que seja uma boa religião, desejar a teu próximo o que deseja para ti, que cumpre os mandamentos das leis de Deus. Mas, principalmente na religião espírita, para que o médium seja o instrumento que possa ser tocado por qualquer professor de música, por isso meus irmãos, criei 7 Tendas.
Os mais humildes tragam amor no coração, mas amor de irmão para irmão, porque as vossas mediunidades ficarão muito mais limpas e puras, dignas de qualquer espírito superior que possa baixar, que os vossos aparelhos estejam sempre limpos, que os vossos instrumentos estejam sempre afinados com as virtudes que Jesus pregou na Terra, para que tenhamos boas comunicações, boas proteções, para que todos aqueles que correm em busca de socorro nas nossas casas de Umbanda, nas nossas casas de caridade em todo o Brasil.
E a maior parte de todos estes que trabalham em Umbanda, se não passaram por nossa Tenda, passaram por filhos saídos desta Tenda e que criaram outros terreiros.
Das 7 Tendas criadas por mim no Distrito Federal, muitas tem saído para fazer a caridade aos seus semelhantes, a nos seguir.
A lembrança de Jesus veio ao planeta terra, na humilde manjedoura, não foi por acaso, não foi porque o Pai assim o quis, determinou, porque podia ter procurado uma casa de um potentado daquela época, mas não, foi escolher aquela que seria a Mãe de Jesus, o espírito que vinha traçar a humildade, os seus passos, para ter paz, saúde e felicidade.
Aproveitando o nascimento de Jesus, a humildade que ele baixou neste planeta, numa humilde manjedoura, o Anjo que anunciou a Maria que ela ia ser mãe sem ser esposa, que a estrela que iluminou aquele estábulo, que levou os três reis magos a sua presença, vinde até vocês iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade, por pensamentos, por práticas e ações que tinham sido pensadas ou praticadas, que Deus perdoe tudo aquilo que vocês tenham feito, que Deus perdoe as maldade que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar nos vossos corações e nos vossos lares.
Eu, meus irmãos, como menor espírito que baixou na terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos espíritos que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam as necessidades de cada um de voz e que ao sairdes deste templo de caridade, que encontreis os caminhos abertos, os vossos enfermos melhores e curados e saúde para sempre nas vossas matérias.
Com paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e serei sempre o humilde Caboclo da 7 Encruzilhadas.”

O texto acima é reprodução da fita gravada (Nº 47), arquivada na CASA BRANCA DE OXALÁ TEMPLO UMBANDISTA - Rua Barbacena 35 - Lagoa Santa - Minas Gerais CEP 33400-000
Dirigentes: Solano de Oxalá e Maria de Omolu

fonte: http://www.guia.heu.nom.br/documentos_da_umbanda.htm